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segunda-feira, fevereiro 28

Origens do movimento moderno
AS FORMAS ROMÂNTICAS OU GÓTICAS MODERNAS. .
O movimento romântico reavivou o interesse pelas tradições nacionais.
O interesse pela história atraiu a atenção para os monumentos sobrantes dos séculos passados.
Em 1837 criou-se na França a Comissão dos Monumentos Históricos, que chamou a atenção para a arquitetura medieval.
Também lançou-se a idéia de que o gótico é uma arquitetura nacional, para a França. Cresceu com isso a relação entre o romantismo e o goticismo.
Em direção semelhante vinham alguns "ecléticos". Estes são arquitetos clássicos que, "em nome da própria antiguidade" tentam progredir, utilizando os novos materiais e adaptando-se às peculiaridades do clima, bem como das funções.
Viollet-le-Duc (1814-1879), um arquiteto teórico e restaurador dos velhos edifícios góticos, adaptou os elementos decorativos tradicionais aos objetivos da construção agora com funções novas; veja-se, neste sentido, o palácio da Justiça, de Paris.
Labrouste (1801-1875), utilizou largamente o ferro (na Biblioteca Santa Genoveva), subordinando rijamente a decoração à estrutura da construção.
O romantismo gótico cria desenvolvimento quando principiam os trabalhos de reconstrução dos edifícios góticos, que são orientados primeiramente por Lassus (1807-1857) e depois Viollet-le-Duc.
Passou-se também a construir em estilo gótico, tal como já havia feito com o clássico. E assim, uma segunda vez na história, há um estilo gótico. Observe-se neste sentido a Igreja Sainte-Clotilde, por Gau (1790-1853).
O paralelo inglês, é Augustus Pudgin (1812-1852). O estilo gótico, que ainda não havia desaparecido totalmente, adquiriu novo interesse.
Ainda que sem criações inteiramente novas, o estilo gótico inglês do século 19 foi marcado pela capacidade de adaptação às novas funções.
Destruído o palácio de Westminster, por incêndio de 1834, passou a ser reconstruído por Charles Barry, com a assistência de Pudgin. O edifício do Parlamento imprimiu importância desta renovação do gótico do século 19. Junto se encontra a abadia gótica de Westminster (secularizada como Panteão Nacional dos reis e personagens ilustres).
. Transpôs-se também para as colônias e ex-colônias o estilo gótico. A exportação de missionários europeus, para a exportação dos interesses religiosos do velho mundo, resultou também na universalização do estilo gótico para construções cristãs.
Nos Estados Unidos da América ergueram-se edifícios góticos expressivos, como a Catedral Saint Patrick (1858-1879) de Nova Iorque. Refletiu-se o gótico mesmo em alguns arranha-céus.
No Brasil levantou-se na cidade de São Paulo a maior catedral gótica do mundo, com a particularidade de ter inclusive uma cúpula. Igrejas góticas são frequentes nos demais estados brasileiros, principalmente do sul do pais, onde influiu o imigrante germânico, ou o clero estrangeiro no curso da primeira metade do século 20.
Apreciam-se a Catedral de Curitiba (PR), a Matriz de Sombrio (SC), Igreja de Santa Cruz do Sul (RS).
Os estilos na arquitetura caminharam mais devagar que na pintura e literatura.
Durante o século 19 o classicismo conservou-se na Academia Francesa de Belas Artes e o goticismo dos românticos desenvolveu-se como um movimento paralelo. Há pois duas tendências estilísticas no curso daquele século, a clássica e a romântico-gótica.
Representam estas duas orientações um movimento de transição para o moderno. Os novos materiais e as novas maneiras de pensar não admitiam uma repetição pura e simples, nem do clássico nem do gótico, razão, porque os novos materiais admitiam outras e outras concepções, com melhor resultado funcional e também bom efeito estético.
O espírito romântico do gótico estava, porém, num elemento sutil, a continuidade indefinida e desenvolta.
Esta continuidade se transmitiu à arquitetura moderna, de linhas sem paralisação, a saírem pelo alto da fachada, sem anteparos intersectantes, ou a penetrarem diretamente no solo e no teto, sem prévia amenização em bases alargadas ou em capitéis amplos.
O arranha-céu como que substitui a torre gótica dos medievais.
Estilo moderno arquitetônico. O moderno em arte das formas se deu por fatores que atuaram ao mesmo tempo sobre a arquitetura e sobre a escultura, inclusive sobre a pintura.
Um novo espírito atuou amplamente sobre as artes plásticas, valorizando as formas funcionais, geométricas, abstracionistas.
A estes valores se juntou também o fator industrial, com seu novos materiais, e que marcou um caminho totalmente novo para as possibilidades da realização arquitetônica.
A produção industrial dos materiais de construção e em decorrência a descoberta de novas técnicas de construção, sobretudo a do cimento armado em estruturas de ferro, ofereceu oportunidades inteiramente novas à arquitetura e demais artes, que deixaram substancialmente superadas diversas maneira antigas de construir e expressar.
Em arquitetura não somente se fez um novo estilo. Proliferaram os estilos, mas todos os estilos formam como que um gênero de novos estilos, nenhum se confundindo com o passado, em consequência do tamanho das novas possibilidades de estender formas no espaço e organizá-lo a serviço do homem. Praticamente tudo pôde ser novo com o cimento armado, inclusive a velha figura de telhado desapareceu da fisionomia dos grandes edifícios.
Com o estilo arquitetônico moderno uma nova estética tomou conta das cidades, as quais passaram também a crescer verticalmente. Além disto as condições sociais se alteraram profundamente, como decorrência da explosão industrial, da ciência, da técnica, do aumento enorme da população.
Em todos os sentidos, a velocidade de transformação da civilização aumentou; as mudanças que antes levavam séculos, passaram a se fazer de geração para geração, quando não no curso de uma só geração.
Já existia o ferro há milênios, quando a partir do século 19 se passou a usa-lo amplamente nas construções. Por exemplo, na Biblioteca de Santa Genoveva (Paris, 1843), Torre de Eiffel (Paris, 1887-1889), e assim generalizadamente se construíram colunas de ferro, pontes de ferro; grandes máquinas, trilhos, trens, navios.
O que principalmente revolucionou a arquitetura moderna foi o concreto, especialmente moldado e solidificado, mediante cimento (um novo produto à base de calcário), uma estrutura de pedra e areia, tudo armado ao longo de filamentos de ferro.
O primeiro cimento artificial foi inventado em 1796 por James Parker, na Inglaterra, por calcinação de marga, um calcário argiloso. Recebeu o nome de "cimento romano", por causa de um cimento já conhecido pelos romanos, o cimento natural, resultante de certos tufos vulcânicos. Desenvolvidas novas técnicas, foi o cimento Portland, patenteado em 1824 pelo pedreiro Joseph Aspadin (Leeds, Inglaterra), e recebeu este nome como referência às pedras da Ilha de Portland. Misturado o cimento com água, endurece em razão de reações químicas entre os elementos, assumindo a propriedade de uma pedra de alta resistência mecânica, que pode ainda ser reforçada por filamentos de ferro ou aço; nesta resistência está o novo recurso obtido pela arquitetura moderna e também pela escultura.
No curso do século 20, evoluíram também outros e outros materiais industriais, como por exemplo o plástico, aproveitados na construção, eletrodomésticos, veículos, e mesmo na escultura.
Além da influência dos materiais, o estilo moderno também se definiu em função às novas maneiras de entender a arte e as funções da arquitetura. Tem-se advertido para a influência do cubismo (1908), cuja tendência geometricista ou atenção aos volumes, imediatamente alcançou alguns mestres da arquitetura. Cedo o cubismo influenciou tendências como o purismo de Osenfant e Jeanneret, este mais conhecido pelo seu pseudônimo Le Corbusier .
Em particular o cubismo sintético, em virtude da divisão racional que imprime às superfícies, articulando geometricamente os elementos, influenciou as novas formas arquitetônicas, que o cimento tornou possíveis. Esta lógica construtiva do cubismo sintético está presente no purismo geométrico das construções de Le Corbusier e outros arquitetos expressivos dos novos tempos.
Não obstante sua novidade, o estilo moderno herdou elementos universais da estética, sobretudo aqueles referentes ao belo. Recebeu do clássico o ritmo das partes em sequência, e do gótico, o andamento indefinido, quer das partes, quer das linhas.
O clássico distribui as partes em distâncias calculadas. O movimento, porém, tende a equilibrar-se, e o faz em campos menores. Diferentemente, o estilo moderno, em vista dos seus recursos maiores, conduz o ritmo como se fosse equilibrá-lo apenas no infinito. O andamento moderno é quase contínuo, aspirando grandes distâncias, com uma velocidade típica da trepidação do progresso.
O gótico, antes do tempo moderno, já destacou os movimentos lineares. Progride a coluna gótica sem parar em capitel; continua o movimento pelas nervuras ogivais, percorrendo a abóbada. Mas não cria o gótico tão insistentemente as sequências rítmicas de partes justapostas.
O estilo moderno, como o gótico, também faz as linhas andarem indefinidamente, ora penetrando o teto, ora prosseguindo para além das fachadas. Também os planos caminham na arquitetura moderna.
A tendência de realçar o desenvolvimento indefinido das linhas conduz à eliminação dos elementos secundários. A coluna, também a de ferro, se desfaz dos elementos decorativos, mesmo dos capitéis aparentemente funcionais. Agora ela se lineariza em favor da autêntica linha de força sustentadora.
Com o moderno cimento armado desenvolveram-se as estruturas de sustentação. Aqui acontece mais uma analogia com a maneira gótica de construir.
As novas estruturas permitidas pelo cimento armado se assemelham ao esqueleto gótico que anulava as paredes. O moderno conduz pois avante a maneira gótica de construir. Como o gótico, abandona o muro como sustentação; mas, em vez de apelar aos arcos de sustentação, dirige as direções de carga e sustentação para o ferro e o cimento armado.
O linearismo, também peculiar do gótico, das estruturas de sustentação tornou-se particularmente notável nos edifícios altos modernos. Primeiramente se erguem as estruturas, seguindo-se o fechamento das paredes, que podem ser de vidro. O cimento armado oferece, entretanto, a possibilidade de estruturas menos espessas e espaços mais amplos, que na técnica do gótico.
A transparência, eis outra característica do gótico e do moderno, que se torna todavia muito maior neste último. Depois de eliminado o muro de sustentação, a parede gótica permitia a inundação generalizada da luz. A perfuração das paredes modernas já ocorre nos primeiros construtores, como se observa nos Porret. Dali decorre o uso amplo e peculiar do vidro.
Observe-se ainda que o moderno dispõe da luz elétrica e de cores brilhantes, o que não acontecia em seu tempo com os interiores góticos, relativamente escuros, apesar das grandes aberturas. O edifício moderno possui controle maior de suas aberturas, mesmo com o uso de cortinas. Pode até ser subterrâneo. A cúpula pode inclusive fechar até ao chão, ou mesmo se inverter, - como no caso do Parlamento brasileiro.
Há, pois, como se advertiu, na arquitetura moderna um controle maior ou menor na transparência dos seus edifícios, em função de seus recursos mais amplos e em função do uso que deles se fizer.
Funcionalidade.
A arquitetura moderna se caracteriza pela prioridade que deu ao funcional; apenas depois de cumprido programa das funções, trata da forma estética. Por isso, a forma estética assume o caráter da função. Em vista da sua funcionalidade, desvincula-se também a arquitetura moderna bastante da expressão escultórica; dada, porém, a considerável capacidade dos materiais industriais, continua restando sempre lugar para arquitetos insistentemente simbolistas.
A funcionalidade já aparecia na arquitetura anterior, quando esta atendia aos elementos estruturais de sustentação. Bramante e Miguel Ângelo (Renascimento Clássico) imprimem ênfase exteriorizada nos elementos de sustentação; estes não somente exercem a função sustentadora, mas também a exprimem, com evidente efeito estético. Na verdade, a função de um edifício não se limita ao estritamente arquitetônico; o edifício tem um destino, portanto mais funções, e que se podem denominar ultra-arquitetônicas.
Modernamente, as funções criaram novas modalidades de edifícios, como as máquinas, os automóveis, os aviões, além do desenvolvimento dado às fábricas e aos edifícios de grandes ajuntamentos urbanos.
A arquitetura é sempre a resposta física à função a ser exercida em um espaço. Este se constitui de vazios e volumes, os quais se exercem dimensões e inter-relações.
A diversificação nas funções resulta em programas, em que uns se destinam a fins culturais e educacionais (escolas, universidades, bibliotecas, teatros, etc.); outros à saúde (hospitais, maternidades, clínicas, etc.); à habitação (residências, conjuntos habitacionais, edifícios de apartamentos); ao culto (templos, igrejas, capelas).
O crescente humanismo e respeito à igualdade das pessoas, fez descobrir novas funções que cabem também à residência cumprir. Tais como são as máquinas de correr e voar, também a casa passou a ser vista como aquelas máquinas de correr e voar, isto é, principalmente de acordo com a função a ser exercida.
Com referência ao acento maior e menor no funcional, divide-se o estilo moderno em duas direções: o mais funcional e o menos funcional. Todavia, todos são funcionais.
O estilo mais funcional, ou purista, é o que fica apenas na funcionalidade.
O estilo menos funcional, ou simbolista, é o que admite aditivamente preocupações artísticas nas linhas e alguma expressividade significadora.
A funcionalidade não surgiu na arquitetura moderna apenas como um princípio teórico. Tendo podido libertar-se de um grande número de problemas de sustentação, mediante os grandes recursos oferecidos pelo cimento armado, a arquitetura moderna pôde adatar-se muito mais diretamente à função do que a anterior. As escadarias, por exemplo, conseguem limitar-se a função sustentadora. As largas aberturas, os grandes espaços vazios, as coberturas amplas, tudo isto pode exercer quase diretamente as funções, sem a preocupação com os antigos arcos, grossas colunas, etc...
O vidro amplamente utilizado para fechamento dos espaços vazios entre as estruturas de sustentação, veio não só trazer um elemento novo para a arquitetura, mas ainda deixou à vista as estruturas funcionais de sustentação. Mais uma vez, a funcionalidade decorre dos materiais modernos de construção.
A orientação mais rijamente funcional vê na mesma funcionalidade a beleza, e somente nela, eliminando decorações aditivas. Não busca diretamente senão a funcionalidade; nestas condições o funcionalismo também se denomina racionalismo arquitetônico.
Constrói o racionalismo arquitetônico levando em conta a geologia, a meteorologia, a biologia, a sociologia, a química. Desta sorte, os edifícios para habitação, para as fábricas, para os escritórios, para as lojas e supermercados são construídos com rigorosa atenção ao fim a que se destinam tal como se constróem máquinas, pontes, navios, automóveis, refrigeradores para um fim mui determinado.
Nesta direção funcionalista racionalista marchou sobretudo Walter Gropius, com sua Bauhaus.
O funcional em arquitetura integra a construção em seu meio ambiente. Esta tendência naturalista faz como que a natureza ingressar no edifício. Aproveita, como se fossem elementos arquitetônicos, as pedras, as árvores, os jardins, as cascatas, os perfis panorâmicos. Certamente que tais elementos oferecem um valor apreciável e produzem sentimento estético.
Precursores, iniciadores, continuadores do estilo moderno.
O tratamento histórico do estilo moderno da arquitetura pode distinguir entre, iniciadores e continuadores.
Quanto aos precursores, uns o foram para certos elementos, outros o foram para outros. E assim começa por se tornar difícil apontar com quem principia a novo estilo. A arquitetura moderna herdou, conforme já anotamos, elementos do gótico e outro do clássico; então, iniciar o moderno consiste em abandonar os elementos já impróprios e manter os que ainda se mantém dentro do novo espírito, juntamente com os novos desenvolvimentos.
Além do nome genérico estilo moderno, proliferaram muitas outras denominações e que passaram a caracterizar variantes.
Alguns dos iniciadores do estilo moderno, bastante marcados pela liberdade de ornamentação, denominaram seu estilo art nouveau (= arte nova). Este nome refere o estilo praticado na Europa e ainda fora dela entre os anos de 1890 e 1910, mantendo-se ainda pelo menos até 1925 nas decorações. O nome foi introduzido em 1895, quando em dezembro daquele ano se inaugurava em Paris uma loja de artigos decorativos; 4 salas haviam sido decoradas pelo arquiteto belga Henry van de Velde.
Na variedade das denominações, o nome em uso na França era Style moderne, sobrevindo agora mais um, o de Art nouveau.
Assim aconteceu logo também na Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos da América.
Na Alemanha se fixou a denominação Jugendstil (= estilo da mocidade), em função à revista Jugend, fundada em Munique, 1896.
Na Itália tornou-se corrente stilo floreale (= estilo floral).
Na Áustria ganhou o nome Sezessionsstil (= estilo secessionista), em conexão com um grupo de jovens de vanguarda que publicava uma revista intitulada Sezession, 1897.
Por ocasião da Exposição Universal de 1900, de Paris, o novo estilo se consagrou, e veio ainda a ser denominado Style 1900 e Style lumière (= estilo 1900 e estilo das luzes).
Aquela fase do estilo moderno denominada Art nouveau se caracterizou pela liberdade com que se usaram as decorações, na base da arte pela arte. Na medida que elas foram sendo superadas, por obra da funcionalidade, o Art nouveaux passou a ser o legítimo estilo moderno.
288. A Inglaterra entra para a arquitetura moderna com as tentativas do Arts and Grafts e logo também com as tentativas de Art nouveau. Aponta-se, com primeira casa em estilo moderno, o Red House (1859), de William Morris (1834-1896), em Bexley Heath, Kent.
O estilo nasce atendendo ao espírito gótico e medieval, porque põe em relevo as estruturas. Como Morris constróem Ashbee, Berlage e muitos outros.
O estilo que se inaugura leva em conta os novos objetivos a serem realizados pela arquitetura, como casas de muitos pisos, fábricas, hospitais, escolas. Esta modalidade de construções não poderia obedecer ao padrão clássico. As paredes lisas e as exposições dos ladrilhos, eis uma nova preocupação e que deveriam ser estilizados. Sacodem-se os ornamentos néo-clássicos e começa-se uma nova experiência estética. As paredes desnudas e a descrição das próprias estruturas se convertem em um novo recurso de expressão.
Passa-se também a obedecer à situação do terreno e à simetria irregular dos espaços. São os medievais ainda a inspirarem esta modalidade de construir, em virtude de sua urbanística irregular. A velha maneira clássica não se apropria aos espaços irregulares, pois não poderia realizar nestes a pomposidade peculiar ao seu estilo.
Não admitem alguns que os sinais de estilo novo na Inglaterra sejam de importância. O movimento moderno teria vindo de fora, especialmente recebido e estimulado por John Brunet. Este já se encontra situado no trânsito para o século 20.
Na Bélgica, prosperou o ondulante premoderno Art Nouveau, com o arquiteto Victor Horta (1861 - 1947), autor da Casa Tassel (1893), em Bruxelas. O belga Henry van de Velde (1861 - 1847) é um dos maiores expoentes da arquitetura do Art Nouveau. O espanhol Antônio Gaudi (1852 - 1926) é um dos mais fantasistas, mencionando-se como seu projeto mais significativo a Igreja de Sagrada Família, de Barcelona.
Em Art Nouveau o tratamento particular dada à linha de força realça a função. Evita as definições geométricas ásperas que se acentuam depois na arte moderna.
A linha de Horta é dinâmica. Deu ondulação total ao volume da Maison du Peuple, de Bruxelas.
Em Van de Velde a linha parte para um linearismo simbólico (Einfühlung).
John Root e Daniel Burnham projeção curva as janelas que sobem em coluna saliente ao comprido do arranha-céu Monadnock Block (Chicago, 1891).
Entre os escultores do Art Nouveau se destacou Max Klinger (1857 - 1920).
Na Áustria a Escola Secessionista de Otto Wagner (1841-1918), de Viena, é um movimento paralelo ao Art Nouveau da Bélgica, e surge mesmo como uma das primeiras expressões válidas da arquitetura moderna.
Na Escola Secessionista se observam os primeiros sinais de arquitetura moderna e que serão desenvolvidos por seus discípulos Olbrich e José Hoffmann.
Com bom gosto Otto Wagner atende às funções, emprega os materiais convenientemente, realiza a decoração de maneira floral e linear, sempre com alguma simplicidade. De Otto Wagner aprecia-se a Igreja do Hospital Nacional (Viena); ainda que de feição clássica, não se atém simplesmente às formas tradicionais; seu pórtico dos anjos atrai a atenção como mui característico. Otto Wagner é autor de Moderne Arquitektur (Viena, 1895), que alguns chamaram de Bíblia da arte nova. Era também o ocupante, desde 1894, da cátedra de Arquitetura da Academia de Viena. Bem situado para pregar as novas diretrizes, era todavia acusado por muitos de um mero "experimentador da arte" e "negociantes de sensações, veículo da moda em trânsito" (1897).
Josef Hoffmann insiste nos elementos verticais; começa já então, o novo modo de construir ser denominado as vezes de estilo "vertical". A decoração interior também passa a ser simplificada. As novas idéias são discutidas e amplamente propagadas.
Richard Neutra (1892 - 1970), natural da Austrália e em 1923 emigrado para os Estados Unidos da América, foi um dos arquitetos mais notáveis. Trabalhou com o americano Frank Lloyd Wright e realizou trabalhos similares aos dos europeus Le Corbusier e Mies Van der Rohe. Atendeu a funcionalidade da casa de Gropius.
Introduziu Neutra nos Estados Unidos o Estilo Internacional nos anos 1930. Notabilizou-se em construções de prédios para escritórios, moradias, universidades, igrejas, centros culturais. Mencionam-se especialmente: Kaufman Desert House (1949 - 1947) e Tremaine House, ambas na Califórnia.
Na Holanda, Hendric Petrus Berlage, autor da Bolsa de Amsterdam (1903), empregou racionalmente os materiais (ferro e ladrilhos), atento as estruturas e sem perda de atenção em decorações postiças.
Já em nova evolução, - contrariando a Escola de Amsterdam, de Berlage e seus antecessores, - apareceu em 1917 o famoso grupo da revista De Stijl, liderado pelo pintor Theo van Doesburg (1883 - 1931) e Piet Mondrian (1872 - 1944).
Neste mesmo grupo, a partir de 1920, se desenvolveu o neoplasticismo, com o qual se relaciona o movimento concretista brasileiro da volta de 1950.
O concretismo estrutura o obra de arte a partir de seus valores materiais concretos e não a partir da natureza ou da sociedade.
Na França as novas tendências em arquitetura foram desenvolvidas pelos irmãos Perret (nascidos na Bélgica); Augusto (1874-1954) e Gustavo (n. 1876). Na mesma época operaram Tony Garnier e Sauvage.
O moderno já se encontra, em Augusto Perret, indecisamente na casa da rua Franklin (1903), com janelas amplamente alargadas, mais definida no Teatro dos Campos Elíseos (1911 - 1913), peculiarmente na igreja de Raincy (1922 - 23).
A modernidade na França se deve a Augusto Perret:
"... um arquiteto de excepcional valor, pertencente a uma linha de construtores empresários. Um temperamento tão nitidamente determinado, se consagra, cerca de 1900, ao problema do cimento armado que ele introduzirá validamente na arquitetura. Uma vida de luta contra uma raça profissionalmente eriçada (seus colegas diplomados), uma vida de valentia, de pureza profissional consagrada a ingressar na arquitetura os materiais reprovados, odiados, desterrados pelo academismo. Tem êxito. Triunfa. Em vista e em seus dias de velhice é homenageado: tem imposto respeito a todos. Seu esforço foi realizado neste sentido e não em outro. Vós já haveis reconhecido nosso herói: Augusto Perret" (Le Corbusier, Mensagem aos estudantes de arquitetura, 1957).
Tony Garnier acentua a presença das estruturas. Cria o movimento de massas, com volumes sem ornamentação. Realiza os novos conceitos no Estádio de Lyon.
Quanto ao mesmo citado Le Corbusier (1887-1965), foi um dos mais destacados arquitetos dos tempos modernos, como também um dos seus grandes teóricos. Suíço naturalizado francês, foi também pintor, escultor, matemático, e cujo verdadeiro nome é Charles Edouard Jeanneret-Gris.
Destacando as funções, Le Corbusier racionalizou a arquitetura, ao mesmo tempo que reformulou o tratamento dos materiais e do espaço urbano. Autor na França dos projetos da Cidade Universitária de Paris, da Capela de Ronchamp (1955). Traçou projetos para outros países; por exemplo, projeto do Palácio da Liga das Nações (Genebra, Suíça); Ministério do Planejamento Econômico em Moscou (Rússia); Suprema Corte, em Chandigarth (Índia, 1954).
Na Alemanha, depois da unificação dos estados alemães (1871), o classicismo alemão (vd 275) passa progressivamente a dar os primeiros sinais do moderno e que se manifestam primeiramente com Peter Behrens (1868-1939), com forte atuação antes da primeira guerra mundial.
As construções de Behrens surpreenderam como sendo sóbrias, mesmo quando amplas, aliando a serenidade germânica ao sentido da serenidade funcional moderna. Nele o clássico se transforma em moderno, numa fase de nítida transição; bem se observa na Fábrica A.E.G. (1912), de Berlim, as paredes amplamente limpas, grandes aberturas de vidros e outras menores em sucessão rítmica, sem que este ritmo se tumultue com decorações; o ladrilho a descoberto e o cristal revelam, neste edifício de Behrens, também a aplicação de materiais modernos. No seu tempo, revelou-se como um dos maiores arquitetos.
Hans Poelzig também constrói com Ladrilho, como se vê na fábrica de superfosfatos de Potsdam (1910).
Na época o Werkbund, associação fundada em 1908, que desenvolveu os conceitos de materiais modernos para a arquitetura, em que indústria e construção se associam.
Ao Werkbund sucede em influência o movimento Bauhaus, com ideais semelhanças, mas diretivas ainda mais avançadas, que se fazem valer sobretudo após a primeira guerra. Este movimento, sediado primeiramente em Weimar (Turingia e depois em Dessau (Saxônia, junto ao Elba) e comandado por Walter Gropius (1883-1969), já se encontra em pleno estilo moderno; não é nenhum movimento de transição.
Walter Gropius se destacou como um dos mestres mais decisivos da arquitetura moderna. Deu-lhe uma escola de nível superior, com desenvolvimento duradouro, a Bauhaus (1919), em Weimar (Turingia), depois transferida para Dessau (Saxônia) e que dirigiu pessoalmente. Transferiu-se em 1937 para os Estados Unidos da América, onde lecionou na Universidade de Harvard.
O moderno já é definitivo, em Gropius, na Fábrica Fagus, (1911), em Alfeld; melhor ainda se observa em Colônia, na silhueta dos edifícios de uma fábrica e oficina (1914). A parede de cristal, prosseguindo sem solução de continuidade até a cobertura por meio de união curva, é caracterizadamente moderna e se manterá como uma maneira de construir.
À semelhança da Bauhaus de Gropius se instituem outras escolas, como institutos superiores de formas arquitetônicas e de desenho industrial.
Em Ulm se estabeleceu a "Escola Superior da Forma" (Hochschule für Gestaltung), tendo por reitor o suíço Max Bill, afamado como arquiteto, desenhista industrial, pintor e escultor. Formado na Bauhaus, assume posições contrárias em alguns aspectos, a mesma Bauhaus. Insiste na qualidade e na beleza, que define como sendo também funções que interessam ao homem. Este busca diretamente a qualidade e a beleza; portanto não se trata de particularidades meramente acidentais à função útil.
Tomas Maldonado, outro Reitor de Ulm, afastara-se de começo do esteticismo de Max Bill, depois de começar, recomeça a volta.
Na Itália Boito, Basile e Caetano Moretti são alguns dos nomes que mais se destacam no primeiro impulso de renovação enlaçado com o estudo da Idade Média" peculiar ao novo estilo moderno. Depois de 1900 difundem na Itália, primeiramente como estilo floral, os arquitetos Raimondo d’Anonco (1857-1932), Giuseppe Sommaruga (1867-1917).
Nos Estados Unidos os primeiros sinais da arquitetura moderna estão em Richardson Root e Louis Sullivan (1856-1924). Em Richardson está o goticismo e em Sullivan a art Nouveau nas decorações internas, mas em ambos uma certa liberdade nos exteriores não decorados. Ainda no contexto do art nouveau, atuou em Nova Iorque Louis Comfort Tiffany (1848-1933), que estudou em Paris e participou da exposição de 1895. Fez uma nova decoração da Casa Branca em Washington.
Frank Lloyd Wright (1867-1959), que estudara na Escola de Belas Artes de Paris, cria as primeiras construções de tipo moderno e, depois defende suas idéias por escrito. Está na linha de Sullivan, ao qual desenvolveu e conduziu avante. Construiu primeiramente casas e vilas, com materiais ricos, com mais simplicidade de composição.
É Wright autor do Museu Solomon R.. Guggennheim (Nova Iorque, Quinta Avenida), com galeria em rampa espiralada. Notável é a linearidade moderna da Fábrica de Sabão Larkin (1903), em Búfalo. Os planos se desenvolvem sem serem tumultuados com ornamentos; realçam os diferentes lances do edifício como todos; a ascensão linear progride de maneira indefinida, como também alguns frisos horizontais. O aspecto ciclópico da fábrica apresenta uma peculiaridade que todas tendem a assumir no futuro como empresas em expansão.
Ainda que um tanto isolado, sem discípulos imediatos, Wright configura-se como um dos profetas da arquitetura moderna, tanto pela sua posição no tempo, como pelos seus escritos, que, depois, de mais algum tempo, alcançam aceitação generalizada.
A necessidade da construção de arranha-céus, que revolucionou a cidade moderna, motivou também a nova maneira de construir. Foram os Estados Unidos que por primeiro se notabilizaram neste campo.
Em 1900 Burnham construiu o Flat Iron Building, com 20 andares (no ângulo da Broadway, New York). Em 1908 já se observa 45 andares, no Woolworth Building. Uma floresta de tais edifícios passa a tomar conta das cidades novas e progressistas. Sem o tumulto das decorações, mais uma forte insistência nas funções de estrutura, fazem dos arranha-céus realizações típicas de um novo estilo.
Todos os países da Ásia, apesar de sua firme tradição arquitetônica milenar, fortemente influenciada pelo espírito islâmico na Ásia Ocidental, brâmane na Índia, budista na Ásia remota, aderiram por último ao estilo moderno, em consequência das vantagens resultantes dos materiais produzidos industrialmente.
Hoje muitos países asiáticos, notadamente Japão e China, são exemplos no que se refere ao estilo moderno em arquitetura e artes das formas em geral. O mesmo há a dizer da Oceania, sobretudo da moderníssima Austrália. Claro está, que a nostalgia do passado resta por toda a parte .

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